O mito de Prometeu: da criação dos homens ao castigo. #MitologiaGrega

Faz bastante tempo que não escrevo sobre mitologia grega, estava sentindo falta disto, portanto, darei continuidade com o mito de Prometeu, um titã que desafiou Zeus em benefício dos seres humanos. No final deste artigo, deixarei o link das outras publicações para quem quiser conhecer ou reler.




 
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Após derrotar seu pai (Cronos), Zeus precisa se estabelecer como ser supremo e se preparar para uma possível retaliação de seu pai, foi onde começou a preparar suas forças e fazer alianças. O tio de Zeus, Jápeto, havia desposado Clímene (filha de Oceano e Tétis), e, com ela teve quatro filhos:
 

Ela gerou o filho Atlas de violento ânimo, pariu o sobreglorioso Menécio e Prometeu astuto de iriado pensar e o sem acerto Epimeteu que foi um mal dês o começo aos homens come pão. (HESÍODO, 1995. p.103 e 104)

 
Prometeu era primo e grande amigo de Zeus, o ajudou a destronar Cronos e permanecia sempre a seu lado. Além de astuto, era muito brincalhão, uma de suas grandes brincadeiras, foi criar o ser humano, para que este estivesse sempre disposto a cultuar os deuses e homenageá-los com sacrifícios.
 
O grande problema foi que Prometeu deu aos seres humanos, uma centelha de fogo divino, que muitos traduzem por alma, o fogo até então, era algo de uso exclusivo dos deuses.
 
Zeus ficou irado, pois além de dar o fogo aos humanos, Prometeu os fez seres pensantes e com raciocínio, para diferenciá-los dos outros animais, além disto ainda lhes transmitiu diversos ofícios e lhes atribuiu aptidões.
 
Mas o enciumado Zeus ainda assim fica tranquilo, pois os humanos lhe oferecem sacrifícios e cultuam todos os deuses. Os seres humanos apenas se alimentavam dos restos dos deuses, os animais eram oferecidos apenas como sacrifício a eles, os humanos não se alimentavam antes dos deuses, apenas do que eles deixavam, os ossos e as gorduras, pois a carne eles comiam.
 
Mas isto não agradava a Prometeu, que pega um dos animais sacrificados e em duas partes do seu couro o separa, a maior com ossos e gordura e a menor com a carne, sabendo que o ganancioso Zeus com certeza escolheria a maior, ele lhe entregou a menor.
 
Mas Zeus recusou a parte menor, assim como previsto, e, Prometeu lhe concedeu o desejo entregando o que Zeus queria, oferecendo aos humanos a carne que havia sido recusada por Zeus.
 
Ao descobrir que havia sido enganado, o colérico Zeus tinha que se vingar de algum modo, a melhor maneira de castigar Prometeu era de alguma forma atacar os humanos, assim o fez, lhes retirou o fogo.
 

Assim falou irado Zeus de imperecíveis desígnios, depois sempre deste ardil lembrado negou nos freixos a força do fogo infatigável aos homens mortais que sobre a terra habitam. (HESÍODO, 1995. p.105)

 
É quando Prometeu, se aproveitando de um descuido dos deuses, rouba o fogo e o devolve aos humanos. Zeus ao observar o brilho do fogo novamente entre os humanos, resolveu castigá-los por aceitarem e a Prometeu por lhe roubar.
 
Aos humanos, restou ficarem com pés tortos, antes os pés humanos eram iguais e facilitavam suas caminhadas e trabalhos, ao criar o esquerdo e direito, a intenção de Zeus era dificultar qualquer atividade humana.
 
Zeus decretou ao ferreiro Héfesto que forjasse uma corrente indestrutível e prendesse Prometeu eternamente no monte Cáucaso (atual Geórgia-Rússia), e que, teria diariamente partes do seu fígado comido por abutres, e, assim foi durante milênios, até que, Héracles (o Hércules dos romanos) em um de seus doze trabalhos, resolve soltar Prometeu e deixar em seu lugar o cíclope Qírion.
 
Zeus aceitou, pois trocava-se a vida de um imortal por outro, mas como Zeus ainda não havia superado a traição de Prometeu, resolveu tornar-lhe mortal para sofrer e morrer igual à sua cria, os seres humanos.
 
Qual lição podemos tirar do mito de Prometeu? A lição de que qualquer ser humano que “ouse” se levantar contra os déspotas e que tente dar condições iguais a todos, inclusive aos desfavorecidos, será castigado.
 
Da mesma forma que Adão e Eva foram castigados por deus, por quererem buscar o conhecimento e saber qual a origem do bem e do mal, que era exclusivo daquela divindade, Prometeu foi castigado por tentar “dar luz” aos humanos e lhes oferecer o raciocínio, neste caso o fogo é a luz que ilumina o caminho do saber e da razão.
 

Parte 1:

A origem do mundo e o primeiro Rei: Urano, o Céu.
 

Parte 2:

A guerra entre o Céu (Urano) e o Tempo (Cronos).
 

Parte 3:

O reinado de Cronos (o Tempo).
 

Parte 4:

A origem do Olimpo e o surgimento do Deus do Trovão (Zeus).

Referências Bibliográficas
HESÍODO. Teogonia, A origem dos deuses. Tradução Jaa Torrano. Editora Iluminuras – SP, 3a Edição. 1995


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