O carnaval de rua em Belo Horizonte se tornou um grande palco de discussões e manifestações sociais. Tal movimento, que nasceu espontaneamente da população, promove a visibilidade de importantes pautas sociais e possibilitam novas formas de ocupação do espaço urbano.
Durante a década de 1960 o movimento hippie foi responsável por uma revolução cultural, por meio de suas músicas e ideias os jovens daquele período ressignificaram os padrões culturais, ocuparam espaços urbanos e deram à arte uma forte essência política. Em paralelo, o carnaval belo-horizontino também nasce entre jovens que buscam formas democráticas de utilização do espaço público. Os blocos de carnaval surgiram do confronto com algumas políticas públicas que limitavam o uso dos ambientes da cidade e se transformaram em estratégica frente da luta por pertencimento e igualdade social.
Além disso, deve-se ressaltar o envolvimento direto dos blocos carnavalescos em pautas específicas da cidade de Belo Horizonte. Exemplo disso são os blocos da "Bicicletinha" e o "Tico Tico Serra Copo" . O primeiro problematiza as questões relacionadas à melhoria do transporte coletivo e o uso de meios alternativos de locomoção; enquanto o segundo, da visibilidade às ocupações populares da região do Bairro Ribeiro de Abreu e luta pela revitalização ambiental do lugar. Os blocos de carnaval souberam misturar folia com luta social e hoje são uma ferramenta imprescindível ao debate político da cidade de Belo Horizonte.
Foto - https://culturadoria.com.br/event/pre-carnaval-bloco-da-bicicletinha/
As festas de ruas sempre foram vistas como importantes movimentos políticos e culturais da sociedade brasileira. Em Belo Horizonte, o caráter político do carnaval mostra que é possível exercer a cidadania e discutir temas polêmicos de modo divertido e pacífico. Que o carnaval cresça e que o debate social cresça junto!