Comunicação dos últimos tempos

As pessoas estão perdendo a capacidade de concentração em atividades simples, como comer e andar nas ruas. É comum ver transeuntes atrapalhando o fluxo no metrô ou então famintos comendo sem tirar os olhos da tela do celular.

A maioria das situações que envolve a perda de foco, o celular é coadjuvante. A necessidade ou mania de se manter conectado o tempo todo pode trazer inúmeros malefícios.

E isso não é novidade para ninguém. O desencadeamento das consequências afeta a qualidade do sono e pode até ser um motivador para obesidade. A lista é extensa, entre tantos itens, um dos que pode ser merecedor de holofotes é a comunicação.

Em tempos de conversas digitais, a capacidade de socialização anda cada vez mais comprometida. Para constatar isso, basta observar casais jantando em restaurantes, rodas de amigos silenciosas e o aumento de pessoas procurando parceiros em aplicativos de encontro.

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Primeiro vem a concentração depois a comunicação

Obviamente, nem sempre o silêncio é absoluto. No entanto, antes mesmo de aparecer disfarçadamente, a perda de foco estava ali evidente, causada por toques de notificações de aplicativos dos mais variados possíveis ou na mente inquieta já corrompida pela desconcentração.

À medida que isso acontece, a tendência é um mergulho na introspecção. Se importar em dar atenção ao outro ou se esforçar em conquistas de afeto se torna irrelevante diante de um mundo ao alcance das mãos.

As facilidades que isso pode representar são incontáveis, sabemos disso. Porém, o que vem fácil nem sempre cativa tanto ou representa uma experiência de fato.

Os roubos de cena, ainda que momentâneos, não tornam nenhum encontro inesquecível, tampouco confidenciais. Assim, cada vez mais, se preocupar vira algo egoísta.

Apesar disso, é ingênuo pensar que se esforçar pouco ou nada com o bem estar alheio pode trazer felicidade. Se doar e servir são vistos como tolices e desnecessário.

Deve ser por isso que as pessoas passam a gostar só delas mesmas, como se fosse mais fácil se auto suportar. Tentam conhecer previamente amigos e amores nas redes sociais como se assim fosse possível desvendar o outro para evitar atritos ou decepções.

Na verdade, não conseguem mais falar, apenas teclam. Faltam palavras audíveis, no mundo real, não existem emojis. O medo de puxar assunto ou até mesmo não saber fazer isso coloca uma multidão no Tinder procurando relacionamento sério.

É uma facilidade que deveria ser suficiente, já que, em teoria, prevê infortúnios com tudo ali discriminado. Um passo a menos para conquista. No entanto, é mais uma enganação para os sem foco, agora sem poder de comunicação, aos poucos sem círculos sociais offline.

Perdemos a capacidade de concentração

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