Fala, gente! Tudo bem com vocês?
Hoje vou indicar o que considero um dos discos mais legais de todos os tempos: Band on the Run, da banda Wings!
Paul McCartney é um nome comum a qualquer ouvido. O lendário músico foi a voz de grande parte dos sucessos dos The Beatles além de assinar praticamente todos os hits dos Fab Four.
Quando John Lennon decretou o fim da banda inglesa, cada um seguiu seu caminho. O grande "Macca" deu inicio a sua carreira solo e lançou dois ótimos álbuns antes de resolver montar um novo grupo com sua então esposa Linda McCartney. Foi ai que surgiu o Wings.
O Wings lançou diversos álbuns no decorrer da carreira e um registro fantástico ao vivo. Foi com esse grupo que McCartney compôs o hit "Live and let die", canção icônica que fez parte da trilha sonora do filme "007: Viva e deixe Morrer".
"Band on the Run" foi o disco de maior sucesso do grupo e não é pra menos. Praticamente metade do disco faz parte do repertório de McCartney até os dias de hoje.
A história do álbum também é incrível: após o lançamento do álbum "Red Rose Speedway" (que contem a já citada "Live and..."), Paul e Linda resolveram já iniciar as composições para o seu sucessor. Ambos estavam cansados de gravar na Inglaterra (coisa que aconteceu desde o começo do grupo que o lançou ao estrelato). Resolveram então ir para a Lagos, na Nigéria, algo totalmente inusitado.
Pouco tempo antes de se dar início a viagem o guitarrista Henry McCullough e o baterista Denny Seiwell abandonaram a banda. Sendo assim, apenas 3 integrantes da banda se aventuraram: Paul, Linda e Denny Laine (guitarrista e pianista).
Apesar de se informarem antes sobre as condições do estúdio em que iriam realizar as sessões ao chegar viram que as condições eram muito mais adversas. A mesa de som estava com defeito e o gravador era de pista única.
Além disso, a própria ideia que eles tinham de Lagos ser um local totalmente paradisíaco também foi desfeita: a cidade vivia sob um forte regime militar.
Outros incidentes envolveram a concepção do álbum: Numa determinada noite Paul e Linda saíram para caminhar e foram assaltados com uma faca. O bandido levou todos os pertences pessoais e algumas fitas demo do álbum.
Além disso, Paul teve um surto de stress durante uma das sessões (chegaram a desconfiar de um ataque cardíaco).
Como se já não bastasse tudo isso, houve conflito com um artista local chamado Fela Kuti. Kuti acusava o Wings de apropriação cultural e que eles estavam na Nigéria apenas para "roubar" a música do seu povo. O ativista chegou inclusive a ir confrontar a banda diretamente no estúdio de gravação. Paul tocou as fitas do disco com a intenção de mostrar para o músico que o estilo não tinha nada haver.
Com todas as adversidades, Paul não desistiu de finalizar a gravação por lá mesmo. Ginger Baker (ex baterista do lendário trio Cream) chegou a convida-lo para fazer as sessões no seu estúdio. Embora Paul não tenha aceitado inteiramente o convite fez uma visita e finalizou uma das faixas do álbum por lá mesmo.
Depois da debandada dos integrantes, Paul supriu todas as necessidades do grupo tocando bateria e guitarra nas gravações, além de os já usuais baixo e as linhas vocais.
Com toda essa mística envolvida álbum seria muito injusto que não fosse um sucesso. Alcançou o topo da Billboard e ganhou um Grammy de melhor performance vocal.
Os críticos o tratavam como "o mais refinado trabalho produzido por um ex beatle".
Cá pra nós, esse também é o meu disco favorito, não só considerando os discos lançados pelos outros membros dos Fab Four mas também de toda a carreira do grande Paul McCartney. E olha que não é nada fácil escolher um disco predileto dentre tantas obras primas produzidas por esses caras...
Abaixo vai um link para conferir o álbum na íntegra. Apreciem sem moderação!