Planetas, estrelas, galáxias e tantos outros corpos celestes compõem o Universo. Todos eles são carregados de enigmas, curiosidades e preocupações para a humanidade. Além deles, existem os buracos negros, um dos maiores mistérios encontrados no meio de tudo isso. Eles são objetos astronômicos extremamente massivos e compactos. Neles, o espaço deixa de existir e o tempo para. Lá, a gravidade é tão forte que nem as partículas de luz conseguem escapar. Há infinitos buracos negros espalhados pelo Universo. Eles são divididos em dois tipos: estelares e supermassivo.
Tal constituição e complexidade até hoje não permitiram que os cientistas conseguissem uma única imagem, como acontece com tantos outros objetos. Pela primeira vez na história, o homem está perto de encontrar algumas respostas por meio de uma foto. Com ela, será possível visualizar os eventos da sua borda.
Simulação de um buraco negro engolindo nuvens de poeira (Foto: Keio University)
Desde o início do ano passado, um grupo de cientistas do mundo inteiro está atrás de uma imagem do buraco negro supermassivo Sagittarius A* (o asterisco se pronuncia "estrela"). Ele fica centro da Via Láctea e possui quatro milhões de vezes a massa do Sol.
A iniciativa, chamada Event Horizon Telescope (EHT), ou Telescópio do Horizonte de Eventos, usa tecnologia de ponta para fotografar. Para isso, foram necessárias diversas antenas de rádio espalhadas pelo mundo. Todas interligadas simulam uma única com o diâmetro da Terra.
Quanto menor o comprimento dessas ondas, mas nítidas se tornam as imagens. O foco do EHT é enxergar o horizonte de eventos até onde é possível enxergar a luz. O diâmetro do Sgr A* é aproximadamente 44 milhões de quilômetros, equivalente a 30 vezes o tamanho do Sol.
Todas as informações já foram coletadas e estão em análise no MIT, nos Estados Unidos e no Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha. Tudo indica que neste ano tenhamos a primeira imagem de um buraco negro e não estamos falando de qualquer um.